Ando me perguntando sobre presenças, distâncias e vínculos. Esses novos tempos mudaram o sentido e lugar dessas palavras. As aulas são remotas, mas não distantes. Estamos longe e mais conectados. Encontramos quem está em outro país e juntamos gente que antes era impossível unir. Estamos encontrando o conceito preciso de simultaneidade , discutindo a questões temporais e regenerando encontros.
Até esses dias, sentia falta dos acasos.
Nada parecia ocasional. Marcava encontros, criava agendas, combinava reuniões. E o inesperado ? Onde estava?
Precisei de um ano para entender. As lives , essas que combinamos com alguém para falar assuntos específicos, são momentos de encontros da vida. Momentos que não planejamos. Assim, o que não tinha graça nenhuma, passou a ser fundamental para mim. Agora faço lives com prazer. Crio encontro para encontrar o acaso e a alegria das estreias.
A cada live um mundo de possibilidades.
As aulas podem ser remotas, mas presentes e intensas. As distâncias podem estar revistas, mas encontramos sotaques com muito mais frequência. Inventamos o tele-transporte. Chegamos no futuro.
A novidade é que o vínculo segue sendo o destino de cada ser humano que quer se ver feliz. Na aula, no trabalho , em casa.
Algumas coisas mudam, outra,não têm jeito.
Ainda bem.
Essa imagem é do André Neves, um ano anterior à pandemia.
Mas acho que ele já sabia. Os poetas sempre sabem.
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