Essa semana revi com meu filho de 19 anos o filme Cidadão Kane. Enxerguei nos olhos dele o encantamento que tive quando conheci essa história lá nos meus 19 ou 20. O encantamento da essência, da busca interminável pela verdade de cada um, pelos motivos de seguir andando.
Está triste desde o início, mas algumas coisas parecem pesar a mão. A morte de Paulo Gustavo, ator querido de tanta gente, deu cara e riso para essa tragédia, como se simbolizasse a morte da alegria que, por sobrevivência, fazemos de conta que não vemos. Estamos na beirinha de um abismo e de mãos dadas.
"Rir é um ato de resistência" disse Paulo Gustavo num dos vídeos que assisti. Rir é nosso Rosebud. Não podemos nos perder da gente. Não podemos deixar que isso tudo faça com que nos esqueçamos do aço de que somos feitos.
Não estamos sozinhos. O #viradãodaleitura me mostrou isso na semana passada. Acho que muita gente também viu. As histórias ainda fazem sentido e têm o poder de promover encontros.
Impossível pra mim não lembrar do BBB, único lugar onde a aglomeração fazia sentido(embora tenha reunido tanta gente sem noção) Foi curioso enxergar tanta dificuldade de autoaceitação de alguns integrantes. Pessoas que precisaram entrar num programa, encher suas redes de seguidores, para ficar a vontade com a sua verdade.
E foi na brincadeira que tudo se revelou. Brincar é revolucionário!
Minha filha tem tatuado no braço o verso do cancioneiro brasileiro anterior a sua chegada no mundo:"minha carne é de carnaval, meu coração é igual".
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